domingo, 5 de junho de 2011

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1760 ATÉ HOJE)




a) Origens
Na Idade Média, o sistema de produção baseava–se na cooperação. Na Idade Moderna, até por volta de 1760, a manufatura foi característica do sistema de produção. A partir de 1760, aproximadamente, inicia-se a era da grande indústria. A fábrica surgiu muito mais por imperativos organizacionais do que por pressões tecnológicas. Essa nova utilização da maquinaria não só visava conseguir a docilização e a submissão do trabalhador fabril, e, nesse sentido, assegurar a regularidade e a continuidade da produção, mas representou também um forte obstáculo aos movimentos de resistência do trabalhador. A divisão do trabalho e a mecanização complementam-se e reforçam-se mutuamente e somente com a introdução da maquinaria, com seu ritmo constante, é possível realizar o sonho – ou o pesadelo – de uma administração exata do tempo e dos movimentos do operário, sem a onerosa necessidade de colocar um capataz e um cronometrador atrás de cada um.
O 1º país a substituir o trabalho manufaturado pelo maquinofaturado foi a Inglaterra, possuidora de condições especiais no século XVIII. Um Parlamento (câmara de representantes), com participação ativa da burguesia, defendendo seus interesses expansionistas, reservas de mercados consumidores de produtos, tanto dentro do país, quanto nas colônias e na Europa, e produtores de matéria-prima indispensáveis na siderurgia capaz de fabricar máquinas, mão-de-obra abundante e barata resultante do êxodo rural provocado pelos “Enclosures” (cercamentos de propriedades rurais para a criação de gado de corte e/ou lã, desempregando camponeses) e incentivo à tecnologia através de prêmios concedido pelas Academias científicas e por burgueses interessados em máquinas capazes de produzir coisas.
As 1as máquinas usavam a força do vapor e ligavam-se aos interesses da indústria têxtil (produção de fios e de tecidos). A substituição do carvão de lenha pelo carvão mineral aumentou a força do vapor.

EVOLUÇÃO DAS INVENÇÕES

1711 – 1ª máquina a vapor, Thomas Newcomen; 1733 – Laçadeira volante, John Kay;
1765 – Aperfeiçoamento da máquina a vapor por James Watt; Invenção de Spinningjenny (Máquina de fiar) por James Hargreaves;
1769 – Aperfeiçoamento da Spinningjenny (Righs / Arkwright);
1779 – Novos aperfeiçoamentos na fiadeira (Crompton);
1785 – Tear mecânico, Edmund Cartwright;
1807 – Navio a vapor, Robert Fulton;
1814 – Locomotiva a vapor, George Stephenson
b) Características A Revolução Industrial pode ser dividida em duas grandes etapas:
1ª Revolução Industrial ou “Era do Carvão e do Ferro” com o uso do carvão e do vapor como combustíveis das máquinas. A indústria de tecidos impulsiona a revolução, contudo, já começam a surgir conflitos no que se referem às condições de vida e trabalho. De início, limitada à Inglaterra (1760 – 1840), logo se espalhou pela Europa Central, França, Bélgica e Holanda.
2ª Revolução Industrial ou “Era do Aço e da Eletricidade (1860 em diante) com o uso da eletricidade e do petróleo, daí o predomínio de uma nova indústria, desta feita a Indústria Química, tendo o processo de industrialização se espalhado por outros países, como EUA, Japão, Prússia, Rússia e Norte da Itália e provocando disputas por mercados fornecedores de matéria- prima barata e abundante. Esta disputa de mercados, ou Imperialismo, seria causa para a I Guerra Mundial (1914-1918). Internamente, os problemas sociais se agravam, gerando a Questão Social, situação social crítica caracterizada pela miséria, violência, desemprego, trabalho feminino e infantil, como também incessantes jornadas de trabalho, que chegavam a 18 horas por dia.
esta 2ª Revolução Industrial, os países ricos, mais avançados tecnologicamente vendiam os equipamentos sucateados, ultrapassados para os países pobres, mantendo a hegemonia do conhecimento e da pesquisa. Paralelamente à mecanização do trabalho nas fábricas, houve a mecanização do trabalho agrícola, na produção de comida: Arado a vapor, Descaroçadores, Ceifadeiras, Colheitadeiras e Tratores são alguns exemplos. A utilização do solo com plantio específico de espécies para cada época do ano e o uso de adubos artificiais (fertilizantes) ampliou a produção agrícola. O cruzamento seletivo do gado bovino, ovino, caprino melhorou o plantel, a produção de carne, de couro, de lã. O campo passa viver com uma mentalidade empresarial, capitalista. Nos transporte e comunicações, também tivemos muitos avanços. A velha Locomotiva a Vapor dará lugar a trens mais rápidos, o barco puxado a energia eólica, ganhará um motor. As antigas cartas serão substituídas pelas mensagens de telégrafo e pelo telefone. Em pouco tempo, apareceria o rádio.
No século XX, a Revolução Industrial houve outros marcos como o uso da energia nuclear (ou atômica), das energias alternativas e o advento da cibernética (ou robotização) quando o processo produtivo é “comandado” por computadores, não podemos deixar de comentar as contribuições da física quântica, do estudo das partículas, na Internet, da telefonia celular, da Nanociência e de outras tecnologias de armazenamento e transferência de mídias e arquivos de áudio e vídeo, consolidando o capitalismo financeiro, bancário ou monetário no qual os bancos governam o mundo.
c) Conseqüências A Revolução Industrial trouxe importantes conseqüências. Na 1ª etapa, o surgimento do capitalismo industrial, fabril ou liberal permitiu a consolidação de duas classes sociais: a Burguesia industrial, dona dos meios de produção; e o Proletariado ou operariado, cujo trabalho é explorado pela burguesia, surgem as cidades industriais com áreas urbanas bem definidas (bairros da elite e a periferia ocupada pelos barracos, cortiços, favelas do operariado, na literatura surge o Romantismo, denunciando as injustiças sociais.
As revoltas do proletariado contra as péssimas condições de trabalho geraram o Ludismo (quebra das máquinas) e o Cartismo (Cartas ao Parlamento), os Socialismo (idéias de coletivização dos meios de produção), o Sindicalismo (associações de trabalhadores, inicialmente chamadas de Trade-union), o Anarquismo e a Doutrina Social da Igreja.
O capitalismo industrial consolida o trabalho assalariado (pago) e o poder político da burguesia, ou seja, o Liberalismo político. No campo econômico surge o Liberalismo econômico, contrário ao mercantilismo, e defendendo o livre- comércio, abertura dos Portos, mercados desregulamentados, por isso os ingleses apoiaram os movimentos de independência das colônias latino-americanas.
Na 2ª Revolução Industrial, a necessidade de mercados fornecedores de matéria-prima estratégica levou as potências industriais européias a disputarem, nas armas, ricas regiões da África e Ásia e, como a divisão não satisfez a todos, veio a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

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